Cansado de esperar

Quanto esperei por seus olhos...

Menos que um ano e eu já sabia

Que duraria toda uma vida

E eu, quem seria?

Nesse sonho de canção bonita

Perfeição do amor, coisa de poesia

Estranho foi pensar que estive perto um dia

Quanto esperei, quase não vi o trem passar

Um tanto de gente acenando lá de dentro

Eu tive de correr pra pega-lo a tempo

E mesmo da janela olhei, ainda esperançoso

Convicto de que não seria forçoso

Descer na primeira estação, ou até pular em movimento

Ainda assim, para nós dois, seria tempo

Quanto esperei, não espero mais

Agora eu estou sobre o que vai

A algum lugar melhor, ou não, o importante é levar

Meu passado de mim, meu medo se couber

Que os sonhos eu carrego se der,

Na mala, nos olhos fundos e tristes, aonde estiver

Direcionado meu olhar vendo a paisagem mudar

Quanto esperei, e no fundo não deixo passar

Essa necessidade infinita de só esperar

Sem pressa alguma de ir, chegar

Eu bem que poderia descansar na paz que sentiria

Depois de tanto fugir, do que eu não sei, cairia

Nos seus olhos, quase como um prêmio

Depois de uma vida toda cansado de esperar...

Mar de Oliveira Campos
Enviado por Mar de Oliveira Campos em 11/10/2005
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