A ilusão que a chuva traz.

Não me iludo

Já cometi grandes erros na vida

Agora eu não mais me iludo

Desisti de pensar que as coisas mudam

Aprendo a cada dia

Que vou errar e me iludir de novo

Aprendi que pra isso é que existe

O arrependimento

E me arrependo

Aprendi que os erros

Não foram feitos para errar

E muito menos pra aprender

Eles existem pra não ser cometidos

E nem sempre o perdão

Alcança os resultados que se deseja

Por mais belas sejam

As palavras que se ouve na esquina

A conversa termina sempre lá

Não é preciso trazer pra casa

Muito menos guardar na alma

A bonita filosofia

Que resulta pouco mais que nada

E que fiquem no passado

A tantos erros alheios

Hoje eu vejo que devia

Ter mudado a direção

Ainda no meio de muitos caminhos

Sempre existem novos erros

e ilusões se evitar

Aprendi somente a não me iludir

E pensar que vou saber

Quando é que eles vão chegar

Nunca aprendi direito

O melhor jeito de olhar pro Céu

E dizer se vai chover

Mas com o tempo a gente sabe

Olhar a tempestade iminente

E decidir nos cabe ou não

Molhar-se na chuva que ainda não caiu

Mas iludir-se

Pensando que não vai molhar

Depois de tudo que já viu

Eu bem queria acreditar

Que em pouco tempo

Não há de formar-se

Outro rio nessa avenida

Então me apresso

em voltar pra casa em paz

Assim a vida ensinou a gente

Pois hoje, sinceramente

Eu olho pra esse Céu de ilusão

E fujo dessa velha mesma chuva

Que já me enganou muitas vezes

Mas agora

Ela não me molha nunca mais.

Edson Ricardo Paiva