Apenas Um Conto

Eu comecei a refletir novamente

Pensei que daria um tempo, folga, de repente

Mas foi sem querer, por acidente

Atos e fatos me deixaram perdido, como sempre

Por isso me vejo aqui, escrevendo, sem parar

Deixado para trás, me pego a duvidar

Enganado, eu reflito melhor sobre o cenário

E chego à conclusão de ser apenas mais um otário

A desconfiança que tanto confio, agora se faz minha amiga

Talvez a única que nunca me decepcionou

Esta é a minha vida, que sigo cabisbaixo, com vários tombos

O que aconteceu comigo hoje me magoou, mas não estou em prantos

Sigo firme e forte por dentre o pântano,

Que é a odisseia a felicidade, que estou há anos.

Eu comecei a duvidar dos meus sentimentos

Estou ciente que eles não sabem o que fazem

Eles são frágeis, se agarram a qualquer tolo momento

São involuntários, eles me impedem de ser como um concreto.

Eu sempre busquei romantizar as mulheres

E jamais direi uma ofensa para nenhuma delas

Mas, o tempo e as diversas situações estão me mudando

Elas mesmas me colocam dúvidas, por isso estou falando,

Que talvez eu esteja errado, talvez evitei um fato,

Que Romeu e Julieta são apenas um conto de fadas

As palavras de amor hoje não estão mais navegando pelas águas,

Que se tornara escura pelo amargo fardo, que tanto me deixara chateado.

As lágrimas que antigamente caíam pela tristeza

Hoje, secas, permanecem desaprovando minha sentença

O controle que exerço se tornou um defeito,

E, sobre as páginas e mais páginas do caderno, adormeço

Meus sonhos me salvam de um pesadelo, que às vezes tenho

Vou escrevendo, mesmo com o coração partido, a minha dor

Apenas para quando, de mãos dadas com a alma gêmea,

Eu sorria, reflita sobre os tempos sofridos, e diga "Já passou".

Peço, não, imploro que não demore

Que eu encontre a felicidade ao badalar do relógio

Estou triste, minhas lamúrias me deixam mais triste

E, mesmo contra a minha vontade, me vejo cativo

Pensando se fui muito sincero, se me deixei ser iludido

Talvez eu nunca saiba onde errei, onde acertei

Talvez o que eu sabia era uma ilusão, nunca saberei

E, utilizando de palavras, escrevo mais uma história depressiva,

Que infelizmente não será esquecida, graças a essa rima.

O meu coração está se refugiando em um canto frio

Ele não quer conversar comigo, diz que não sou seu amigo

Isso só me deixa mais deprimido e sozinho

Pois, se até ele não fala comigo, acabarei ficando louco

O meu espírito, antes puro, hoje está irreconhecível

Está se tornando ignorante, agressivo, distante

O amor que tanto fora o ator principal de meus versos,

Hoje está trancafiado em um baú, em um lugar secreto

Ah, eu queria escrever sobre ele, mas me sinto cético, incrédulo.