Remanso da Solidão
Ela nunca tinha descido o rio
E como suas irmãs dos pés de ipês
Que ao fim da florada ficavam sempre
Ao pé da árvore ou presa no remanso do rio.
Mas um dia num rasgo de coragem,
Pegou uma corrente e desceu rio abaixo,
Em busca da felicidade, e fecundada pelo amor,
Sentiu se amada como nunca.
E na transmutação natural, esqueceu de se amar.
Agora com a metamorfose incompleta chora
Em dores, lembranças e solidão.
Porquê quando tudo dói...
A dor é da alma que chora.
Porém o rio vai estar sempre lá a correr,
Mas a alma cheia de dor ficou presa
No remanso da solidão...
E ela até já se esqueceu que é uma flor.