Quimeras
Grande é a dor da desilusão
Que traz o carrasco destino
E vai apertando o coração
Em conquistas de sangue, de dor
O que há conosco?
Em nossas vidas, só ilusão
Do agora que demora
Eternas veredas do engano
E no palco, representamos a vida
No encalço da verdade, sem proporção
Espera fatídica e sem esperança
E por horas e noites
A fio, espero sem crer
Sem querer acreditar
Que no espaço entre meus pés e as estrelas
Corre uma verdade envenenada
Como a ilusão mais sincera
Que brotou com os anos
Sem calar o sofrimento
Sem querer me deter…
Mas veio na contramão do dia
Permitindo que meus lábios
Que meus sonhos, tocassem a noite
Mas eu não encontrei o rumo
No esquecimento eu me consumo
E no sorriso sarcástico eu deitei…
Fiz minha cama de pregos,
De afiadas navalhas provei
Acabei sorvendo do veneno
Do frio da alma, sem aquecer
Sem enfraquecer o coração
Apenas por procurar, parti…
E ancorei em um porto sem naus
E morei em um lar sem amigos
Onde as plantas eram de plástico
E o inverno e a neve eram de algodão
O vinho, quente…
Como sangue, gosto de cicuta
Tirou a palavra de Sócrates
Pois eu também sei,
“Sei que nada sei…”