Quimeras

Grande é a dor da desilusão

Que traz o carrasco destino

E vai apertando o coração

Em conquistas de sangue, de dor

O que há conosco?

Em nossas vidas, só ilusão

Do agora que demora

Eternas veredas do engano

E no palco, representamos a vida

No encalço da verdade, sem proporção

Espera fatídica e sem esperança

E por horas e noites

A fio, espero sem crer

Sem querer acreditar

Que no espaço entre meus pés e as estrelas

Corre uma verdade envenenada

Como a ilusão mais sincera

Que brotou com os anos

Sem calar o sofrimento

Sem querer me deter…

Mas veio na contramão do dia

Permitindo que meus lábios

Que meus sonhos, tocassem a noite

Mas eu não encontrei o rumo

No esquecimento eu me consumo

E no sorriso sarcástico eu deitei…

Fiz minha cama de pregos,

De afiadas navalhas provei

Acabei sorvendo do veneno

Do frio da alma, sem aquecer

Sem enfraquecer o coração

Apenas por procurar, parti…

E ancorei em um porto sem naus

E morei em um lar sem amigos

Onde as plantas eram de plástico

E o inverno e a neve eram de algodão

O vinho, quente…

Como sangue, gosto de cicuta

Tirou a palavra de Sócrates

Pois eu também sei,

“Sei que nada sei…”

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 10/04/2019
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