Confusão

Quando ninguém te entende

Quando só a Morte atende

E você só quer saltar

Nem a vertigem vai incomodar

O tempo já não te surpreende

A indiferença já não te ofende

É muito tarde para recuar

Só o vazio quer me abraçar...

Às vezes é melhor esquecer tudo

Quem sabe ficar mudo em um canto

Curtindo o desencanto presente

Se livrando do que vai sentir no futuro

E quem sabe sozinho no escuro

Possa eternizar o único sorriso

Que eu preciso para não voltar mais

É isso, apenas um sorriso bobo

Inocente e despretensioso

Um sorriso de quem não espera nada

Sabendo que esse nada é tudo que se tem

E quem sabe nesse vai e vem frenético da vida

A magia não seja esquecida

Pois esse sorriso bobo é tudo que se tem

Estou ficando sem tempo

Sem vontade de prolongar

De dar mais esperanças

Esse reciclar de momentos

Que fatalmente leva aos mesmos fins

Para mim é algo estafante

E se canso e ofegante fico

Fico também sem encontrar sentido

E se não há motivos para ser prolixo

Me fixo na simplicidade

E sem maldade, o que há de novo?

Qual é a esperança?

A boa nova?

O que virá depois da juventude?

Indagações demais para uma mente insana

Essa falsa virtude não me engana

Pois não vejo nada de novo

Vejo finalidades vazias

Egos sacanas

E a mesma hipocrisia...

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 12/04/2019
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