Confusão
Quando ninguém te entende
Quando só a Morte atende
E você só quer saltar
Nem a vertigem vai incomodar
O tempo já não te surpreende
A indiferença já não te ofende
É muito tarde para recuar
Só o vazio quer me abraçar...
Às vezes é melhor esquecer tudo
Quem sabe ficar mudo em um canto
Curtindo o desencanto presente
Se livrando do que vai sentir no futuro
E quem sabe sozinho no escuro
Possa eternizar o único sorriso
Que eu preciso para não voltar mais
É isso, apenas um sorriso bobo
Inocente e despretensioso
Um sorriso de quem não espera nada
Sabendo que esse nada é tudo que se tem
E quem sabe nesse vai e vem frenético da vida
A magia não seja esquecida
Pois esse sorriso bobo é tudo que se tem
Estou ficando sem tempo
Sem vontade de prolongar
De dar mais esperanças
Esse reciclar de momentos
Que fatalmente leva aos mesmos fins
Para mim é algo estafante
E se canso e ofegante fico
Fico também sem encontrar sentido
E se não há motivos para ser prolixo
Me fixo na simplicidade
E sem maldade, o que há de novo?
Qual é a esperança?
A boa nova?
O que virá depois da juventude?
Indagações demais para uma mente insana
Essa falsa virtude não me engana
Pois não vejo nada de novo
Vejo finalidades vazias
Egos sacanas
E a mesma hipocrisia...