Potim

Nesse domingo de inverno, no qual o Corinthians ganhou de um a zero, onde tantos fazem as suas orações, para encontrar a paz silenciando as suas aversões, cada um exercitando o seu credo, fazendo as genuflexões que recomenda o alto e o baixo clero, me dei conta e não exagero, de que passaram-se aproximadamente, quarenta anos, nos quais estivemos ausentes, uns dos outros, de nossos cotidianos enganos e auto-enganos, muitos cultivando silenciosamente ressentimentos insanos, se negando a melhor medida da vida, que é exatamente cicatrizarmos as nossas feridas e deixarmos florescer o melhor sorriso para as boas acolhidas que rejeitam as velhas roupas da agressão e nos ensinam o secreto estribilho dessa canção que nos agiganta, quando a cantamos com todo o coração.

Desde a última vez que nos vimos, sinto que permanecem erguidos muitos muros de arrimo, para situações capengas, de velhas, ou de novas pendengas...ensombreando velhas faces, impasses que acentuam cotidianas rugas, em um tempo submerso por agonia e fuga.

Venho tentando todo o tempo trazer luz para esses ângulos quando se fazem escuros, todos os dias ensolarando o meu coração para o bem, sem olhar a quem, que acredito deva estar inscrito em todo o futuro...

Tentando encontrar a cada um de meus irmãos, em sua especificidade, fechando os livros do sofrimento e abrindo outros, cujos caminhos sigam no sentido da felicidade.

Aprendi que a vida é de quem nunca desiste, mas, antes persiste igual à ternura com a qual o orvalho descansa toda a madrugada sobre a terra e nela se encerra.

Aceitem do irmão Daniel, o seu abraço fraterno, esse irmão que já encontrou bondade até mesmo no meio do inferno.

Todo homem é culpado por todo bem que ele não fez.

Como escreveu o filósofo iluminista, Voltaire

Daniel Barthes.14/07/2019

BARTHES
Enviado por BARTHES em 14/07/2019
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