Crepúsculo Definitivo

Quando a luz do Sol

Na Aurora do meu ser

Transpassava a escuridão,

Transcendendo a melodia sombria

Que sobrepujava minha alegria

E harmonizava-se

Com a sombra de Minh‘alma,

Que se perdia num repuxo de tormentas.

[...]

A madrugada me seduzia

Tão sutilmente...

Chegava a perder-me de minha própria essência.

Quando percebia, já me via

De fronte para o abismo

Das minhas memórias perdidas,

Deturpadas sob medida desmedida.

Desmoronei abismo abaixo,

Até encontrar meu destino inevitável;

Afogava-me nesse oceano sombrio,

Perecia aos seus repuxos incessantes

De incertezas e lamentações...

[...]

Regozijo-me por ser livre...

Mas preocupo-me com os caminhos que sou obrigado a percorrer,

Sob as responsabilidades que essa liberdade desafia-me a cumprir (Mas que é a liberdade?).

[...]

Por fim, larga-me a madrugada.

Desperto uma vez mais

Para a questionável realidade.

Sei, porém, que as tormentas tornarão,

Assim como a Aurora acabara de tornar

[...]

Na Aurora de Minh’alma,

Sob sua luz vertiginosa,

Esclareço-me deveras.

Às alturas,

Sob a companhia de um gigante luminoso,

Meu espírito se aquece, se esquece...

Dilui-se a matéria obscura.

Devaneio...

Porém, sob essa luz vertiginosa,

Despenco...

Caída a queda,

É inevitável.

A indesejada Aura Escura,

Que sufoca e que enterra,

Retorna mais poderosa.

Desta vez foi definitivo.

Teron Nadori
Enviado por Teron Nadori em 01/11/2019
Reeditado em 01/11/2019
Código do texto: T6784345
Classificação de conteúdo: seguro