DÉBORA
te vejo com o medo dos olhos
daqueles que amam sozinhos.
pisando sempre os espinhos
de um mundo todo abandonado.
as fotos de quem sempre estava
ao lado pra dar a palavra
tirando as dúvidas e a dor.
quem será que ainda tem esse amor?
esperar as tardes de outono
que embaladas em braços tão ternos
sempre vinham com tal sentimento
onde hoje só restam lembranças.
saber que não voltam mais
mesmo estando na casa dos pais
eles não mais presentes estão
as fotos só servem de recordação.
sei o quanto a solidão machuca.
ás vezes até nos seduz...
porque aqueles que são nossa luz
podem partir na noite mais escura.
viver a adolescência e o primeiro amor
não tendo ao lado o seu protetor.
nem mil amores o subsitituem
quando sangram feridas que não se curam.
então corra pra todos os lados,
chore em todos os braços,
grite mais alto em busca de ajuda!
quem sabe não retorna junto com a lua...
por isso tenho esse mesmo medo
que vá também um dia te amar
e além desse dia possa te deixar
sozinha pra sempre mais uma vez.
não suportaria tamanha dor,
de manchar sua vida sendo o que não sou.
o que sinto aqui dentro não é de ninguém
mas nem por isso deixo de olhar...
esse medo vazio, impressionante
que obriga o poeta á serenata
e apesar de seu nome não ser palavra
se declara latente nos versos em romance.