Prostituta
Peitos flácidos e desgastados
Já foi doce menina
Essa mulher de olhar ácido
Sonhou um dia com lençóis de seda
Seu pai ficaria decepcionado
Ao saber que ela se deita
Em qualquer algodão barato
Quanto vale a pureza?
Certamente não é um valor muito alto
Não há nada que ela não faria
Por um belo par de sapatos
A morte e a noite
A observam aceitar moedas
Para levar tapas e açoite
Sua beleza se foi
Ela ainda era jovem
Ela esconde seu triste rosto
Atrás de uma maquiagem forte.
Ela parece ter tantos
Mas nenhum deles a escolhe
E no fim da noite
Nenhum abraço a acolhe.
E é deitada no algodão barato
Sonhando em segredo com lençóis de seda
Que ela fuma um cigarro.