57°

Não me culpem pelo sangue

Ou pela poesia

Fui poeta, noite e dia

Amei com estupidez e maestria

Fui egoísta e idiota

E no final, morri sozinho

Numa curva sem estrada

Numa luz no fim do túnel apagada

Fui o poeta das horas vagas

Vivendo uma eternidade doentia

Escrevia quando estava vivo

Sangrava enquanto morria

Perfurando por palavras

Que transpassava o meu dia

Fui poeta, com lúgubres poesias

Com vaidades e esquizofrenia

Achava-me tão bom

Que morri da noite para o dia

Se poetas são imortais

Por que estou morto agora?

Otreblig Solrac - O poeta burro

Otreblig Solrac
Enviado por Otreblig Solrac em 16/09/2021
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