DESPEDIDAS

Tão árido como o seu pensamento

era o espaço que eu também trilhara

andando sobre areia como tormento

mas eu pisava leve sobre a coisa rara.

Nos dias de sol que antes se escondia

atrás de espessas nuvens que aparecia,

ficava eu assim em constante espera,

sonhando e tecendo minhas quimeras.

Então o pensamento, que antes eu tivera,

em imaginar poder viver seu pensamento,

ao me colocar só e em compasso de espera,

toda nossa dor ia aumentando meu lamento.

Você nada sabia daquilo que queria

Parecia ser folha ao sabor do vento

E eu que sabia e tentava a harmonia

vi-me perdido ao sabor do tempo.

E assim seguimos durante nossa vida,

onde cada um ia falando de sua fobia,

tão logo me despedi e coloquei a brida,

você se lamentou da dor que não sentia.

E quando, afinal, chegou nosso momento

em que cada um de nós seguia seu caminho,

entendi que uma vida pode ter divertimento,

mesmo que todas as flores tenham espinho.

30/11/07 – VEM.

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 03/12/2007
Reeditado em 15/08/2008
Código do texto: T762613