DESPEDIDAS
Tão árido como o seu pensamento
era o espaço que eu também trilhara
andando sobre areia como tormento
mas eu pisava leve sobre a coisa rara.
Nos dias de sol que antes se escondia
atrás de espessas nuvens que aparecia,
ficava eu assim em constante espera,
sonhando e tecendo minhas quimeras.
Então o pensamento, que antes eu tivera,
em imaginar poder viver seu pensamento,
ao me colocar só e em compasso de espera,
toda nossa dor ia aumentando meu lamento.
Você nada sabia daquilo que queria
Parecia ser folha ao sabor do vento
E eu que sabia e tentava a harmonia
vi-me perdido ao sabor do tempo.
E assim seguimos durante nossa vida,
onde cada um ia falando de sua fobia,
tão logo me despedi e coloquei a brida,
você se lamentou da dor que não sentia.
E quando, afinal, chegou nosso momento
em que cada um de nós seguia seu caminho,
entendi que uma vida pode ter divertimento,
mesmo que todas as flores tenham espinho.
30/11/07 – VEM.