Tempo do Meu Sofrimento (parte II)

Minha angustia persiste oh voraz solidão,

Meu peito entorpece lividamente,

A dor o corroe lentamente,

No crepúsculo da vida o amanhã sem salvação.

Os dias estão passando meu dolorido coração,

Desse tempo que é o teu maior inimigo,

Nas asas do amor que não encontraste abrigo,

E os anjos dos céus que não te deram as mãos.

Tuas noites são sempre frias,

Como o orvalho que se forma sob os lírios,

Nas madrugadas que vives em martírios,

Nos calafrios das tuas agonias.

Ah meu purificado coração,

A feroz dor que inunda o meu ser,

É nunca ter te dado uma fervorosa paixão,

Pra livrar-te do abandono que te faz perecer.

E de tanto sofrermos juntos,

Hoje estamos a sóis, eu e você,

Áridos, pois tuas lágrimas já secaram,

E nossos sonhos se eternizaram,

Num tempo de aflição que não fizemos merecer.