TALVEZ...

Decidi abandonar a estação do sonhar...
Toda a angústia da vã espera, toda solidão
meus olhos pousam nas águas fundas do olhar.
Um outro olhar, cego de sentimentos e emoção
rejeita meu abraço, não mais sente o que é amar!

Quem sabe ele desperte numa outra hora...
A saudade que sangrava também foi embora,
pois hoje desfiz meu sonho sempre em sombras.
Liberto então a alma, que em silêncio chora
a dor do vazio... A ausência que assombra...

Relutei, resisti, mas já era tempo de acordar!
Restou-me quase nada... Um horizonte distante,
um corpo em retalhos, cansado para continuar...
Talvez, na alquimia de um outro qualquer instante,
num sono leve, sonhos serenos eu possa replantar!

20/12/2009








Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 02/01/2010
Código do texto: T2006987