Rssurreição

RESSURREIÇÃO

Na florescência da vida, qual do dia a madrugada,

Estendendo o sol nascente do cerro na cumeada,

Rompe a luz na treva ingente, canta e voa a passarada...

A brisa fresca balança no arvoredo a ramada...

Tudo vibra na esperança...Tudo fulge em mocidade...

Nossa existência é florida na primavera encantada!

Após esplêndida aurora que, da vida, é o começo,

O sol quente revigora a esperança... Enterneço...

A chama leve e dolente toma vulto e aparece,

Transformando em amor ardente o que no peito nos cresce.

Somos tudo: a vida, o mundo, somos toda a realidade...

Mas, sentimos que, no fundo, não passamos de metade...

O nosso dia vai alto, as nossas flores colhemos:

Vermelhas, róseas, branquinhas, lilases, amarelinhas,

Azuis e roxas, também... As que enfeitam e as que perfumam,

Embora juntas se arrumem as que nos ferem também...

Choramos, rimos... Vivemos... Tudo na vida fenece...

A tarde chega de assalto, o sol se põe... Anoitece!

Houve o começo!... Há o fim!... Soberbo como no início!

As aves voam e cantam de volta para os seus ninhos...

Ficam vazios os caminhos na suavidade da noite.

Na quietude, em princípio, não há nada que se afoite!

As almas rompendo o véu das existências assim,

São aves que aqui se soltam e voam de encontro ao céu!

Quais meteoros pequenos nos desprendemos, ateus...

Porém, um dia volvemos aos braços ternos de Deus!

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L. Stella Mello

Stella Mello
Enviado por Stella Mello em 05/09/2010
Código do texto: T2480718