PARTIDA

Passos descem,

levando séculos de poeira,

dos mesmos bairros de esteira

onde vozes desalmadas se despem…

Deixai partir meus passos,

descer avenidas da cidade

Ó Kalunga, da nossa mocidade,

Não desfaleça compassos...

Aí mesmo, eu vou!

Deixar meu barco singrar,

resgatar sonhos a enferrujar

Sim, descer Benguela, estou!

Descer ao Sombreiro aquém

Subir esse mar sereno

Pedir tréguas ao Cavaco pequeno

Clamar pelo Infinito. Amém!

Deixai-me partir mais além,

perder-se mesmo por algures,

achar vida no meio de nenhures

descer tempestades, porém…

Benguela, 13.07.2016

Poeta Nkazevy

Nkazevy
Enviado por Nkazevy em 13/07/2016
Reeditado em 14/07/2016
Código do texto: T5696146
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