Horizonte...

Havia apenas o mar...

Um azul perpétuo e convidativo, um lar...

Senti arder no peito um batimento suave,

delicado, cheio de desistência e descrença.

Vislumbrei aquela dor muda,

presa ao olhar,

e li a alma por trás daquelas paredes.

Eu apenas te vi...

Vi o horizonte além

e desejei rouba - lo pra mim.

Desejei ser as cores que moravam ali,

no mormaço morno ao fim da tarde,

a brisa ligeira e gentil que tocava sua pele macia.

Almejei ser o teu ar e invadir seus pulmões.

Correr leve dentro do peito

deixando o coração bombear - me até sua mente

e ali fazer minha morada.

Eu te vi...

Te achei em meio ao meu nada

e como erva daninha te assisti crescer sem querer lhe podar.

Cultivei teus pequenos detalhes, defeitos e manias

Observei cada passo teu e esperei...

Esperei pela luz em teu olhar vítreo,

a canção dos lábios há tempos, sisudos.

Recriei - te perfeito á mim.

Como gota de Orvalho na manhã preguiçosa.

Como chuva bem faceja que molha o rosto.

Como a linda estrela maior em Virgo.

Recriei - te perfeito á mim, em enganos e mazelas.

Olhei - te à mim...

Olhei - me a ti...

Tracei a rota e cá está meu horizonte, diante de mim.

O que terei eu a temer?

L Orleander
Enviado por L Orleander em 15/12/2017
Reeditado em 15/12/2017
Código do texto: T6199285
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