O PEREGRINO

Era triste o dia,

E nem a voz das aves ele ouvia!

Assim andava um triste peregrino,

Que não mais cria em luz no seu destino.

-Se tudo é sombra, e os ombros vai a cruz,

Por que, meu Deus? Onde andará Jesus?

Alma em conflito, vida em desalinho,

Somente pedras continha seu caminho.

Mas outras coisas há; e ele não via

Que, após a noite, sempre vem o dia.

E a brisa leve, que correndo ia,

Falava: pensa, vem a calmaria

A transformar tua cruz em esplendor,

Ao ágil toque do mais puro amor!

E o peregrino para. Em vigilãncia,

Da voz do Mestre escuta a ressonãncia.

E entende, então, que luzes do destino,

Ao lado vão de todo peregrino.

Era triste o dia,

Mas, de Jesus, a luz já pressentia.

Jaubert

Jaubert
Enviado por Jaubert em 24/08/2007
Código do texto: T621300