A SENHORINHA
Na rua, uma senhorinha,
Catadeira de papelão,
Puxa um carrinho pesado,
Quase sem forças,em suas mãos.
As vezes para e descansa,
Olha a rua comprida,
O sol ardendo, em seu corpo,
Sem encontrar guarida,
Representa ter sessenta anos,
Olhar triste, face cansada,
Não tem onde se agasalhar,
Seu teto é a calçada.
Ò, pobrezinha senhora,
Não sonhava que fosse assim,
Puxando este fardo pesado,
Parece nunca ter fim?
Seus cabelos estão branquinhos,
Com plumas, de algodão
Muito olham e sente pena,
Outros choram de emoção,
De muitos e muitos curiosos,
Um jovem não suportou,
Tamanho dos sofrimentos,
Que a senhoria herdou.
Pediu licença e disse,
-Possa falar com a senhora?
-Tudo bem? Diga meu filho?
-Não tenho noção o que é hora?
E o jovem a convidou,
Falando com muita alegria,
-Quer morar em minha casa?
-Preciso de companhia?
E a pequenina senhora,
Não sabia o que dizer,
Perplexa por tudo isto,
Que acabara de acontecer,
E este bondoso jovem,
Tratou dela, e fez rainha,
Morando em sua casa,
A mais linda senhorinha.
Autor: Amancio Guerra