VISÕES DO TEMPO

Não há nada diferente na paisagem na janela
É que enxergamos ao reflexo da luz 
E passa os anos e o reflexo não é mais como era
Mudam as formas na forma que a retina evapora.

Não é louco quem num mundo pouco adora
Beleza antiga que será jovem para quem comboia
Envelhecido corpo, que o amor sempre é novo aurora
Fica como uma delícia onde o anseio não vai embora.

Assim se vê as carícias
Das que passaram algumas ficam
Nas paredes, nos retratos dos quartos
No quadro que perfaz todo o teatro
Do rubro posto
Perfazendo gosto
De um tocar rosto.