desesquecimento poético

Sempre me encontro quando te cruzo

nas noites gélidas ou nas madrugadas insones.

Fico aguardando o sol abrir a boca

e eu lhe dar um bom dia.

Furtam-me os sentimentos

Em lances de egolatria,

Mas é a vida viva nessas horas.

Vejo no céu muito mais que estrelas luzidias,

enxergo o rosto quântico de Deus

e o atemporal de um tempo diferente,

longe da carne, da carne ausente...

sol do espírito, energia da mente.

Administro venenos incomuns,

Indizíveis ao mundo,

só meus. Tristemente meus!

E o dia nascido me facilita o servir

para me redimir dos erros constantes

que não me permitem ficar longe

do Ser, do Homem

Vejo um grosso pavio e uma pequenina chama

ainda acesa,

cheia de medos,

que não se desacorda.

Crucifixo-me para ressuscitar-me

Talvez sem necessitar mais da carne,

Esse vapor ardente dos meus desejos!

Por fim, olho em minha face, a face da vida

e entendo que não é chegada a hora de nenhuma despedida

e acomodo-me na esperança de que rearmaremos a vida

com o maior amor das estrelas, entre dores e sorrisos,

longe da morte...

bem próximo de uma nova vida.

Paulino Vergetti Neto
Enviado por Paulino Vergetti Neto em 12/04/2019
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