Seria o espírito natalino?

Tempo passado,

ano findando,

coração acelerado e repleto

da mais sublime alegria.

Coisa que era apenas fantasia,

começou a realizar.

Depois de tanta espera,

anos e anos a fio,

como vinda do mar

uma garrafa aportou

bem em cheio no meu cais.

Imagens daquele rapaz,

boca deserta ao abrí-la.

E ao lê-la,

qual não foi a surpresa?

Um prenúncio de PAZ!

O amor que outrora jaz,

ressurgiu resplandescente.

Uma trégua,

entregou-me as armas.

Após anos de guerra fria

falou como que por encantamento:

- Ódio por ti nunca senti,

falhei nos meus mais íntimos planos.

E o júbilo daquele momento?

Era gozo e vontade de voar.

Voar no pescoço daquele

que um dia me fez amar.

E beijá-lo, feito criança,

ao rever o pai distante.

Mas na hora não era permitido,

restou-me apenas

um olhar perdido,

um sorriso paralisado,

um coração ressabiado,

um estômago congelado.

O melhor presente de Natal,

que jamais pude esperar.

Minhas preces foram ouvidas,

posso parar de sonhar.

E quem sabe mais tarde,

possamos SER e ESTAR?

Luandra Russo
Enviado por Luandra Russo em 20/12/2007
Reeditado em 14/01/2008
Código do texto: T785586