Seria o espírito natalino?
Tempo passado,
ano findando,
coração acelerado e repleto
da mais sublime alegria.
Coisa que era apenas fantasia,
começou a realizar.
Depois de tanta espera,
anos e anos a fio,
como vinda do mar
uma garrafa aportou
bem em cheio no meu cais.
Imagens daquele rapaz,
boca deserta ao abrí-la.
E ao lê-la,
qual não foi a surpresa?
Um prenúncio de PAZ!
O amor que outrora jaz,
ressurgiu resplandescente.
Uma trégua,
entregou-me as armas.
Após anos de guerra fria
falou como que por encantamento:
- Ódio por ti nunca senti,
falhei nos meus mais íntimos planos.
E o júbilo daquele momento?
Era gozo e vontade de voar.
Voar no pescoço daquele
que um dia me fez amar.
E beijá-lo, feito criança,
ao rever o pai distante.
Mas na hora não era permitido,
restou-me apenas
um olhar perdido,
um sorriso paralisado,
um coração ressabiado,
um estômago congelado.
O melhor presente de Natal,
que jamais pude esperar.
Minhas preces foram ouvidas,
posso parar de sonhar.
E quem sabe mais tarde,
possamos SER e ESTAR?