Um Homem... O Homem!!!

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(Poema em homenagem ao homem mais íntegro que já conheci: Alaor, meu pai {in memorian})

Na sua simplicidade e retidão,

Mais que um homem comum:

Um celeiro de dignidade;

Um dos prediletos seres de Deus.

Assim era e é aquele homem...

Assim será para todo o sempre,

Através das passagens e do tempo,

No desempenho dos deveres seus.

Lembro-me com carinho e ternura,

Da minha impetuosa adolescência...

Das contendas minhas, não dele,

Em que, ainda assim, me defendeu.

Ensinou-me a caminhar ereto,

A respeitar os respeitáveis,

A distinguir os bons dos maus,

A partilhar o que acreditava meu.

De coração estreme e altivo,

Alma límpida, nobre, e gestos gentis,

Era grande, amigo dos amigos,

O cerne do bom sentimento.

Se hoje me sinto alguém,

Grande parte devo a ele...

Meu maior motivo de orgulho,

Mais que pai: exemplo e fomento.

De natureza pacifica e mansa:

Era assim meu nobre guerreiro;

Se nalgumas vezes gargalhava,

Noutras se enclausurava na solidão.

Todavia, à necessidade de alguém,

Estava ele lá, por inteiro, solícito;

Sempre rígido com os maledicentes,

E aos afáveis, todo alma e coração.

Foi meu mestre na arte da superação,

E certamente teria orgulho dos meus resultados;

Não pôde me ler ou tocar minhas medalhas,

Mas soube, sabe ou saberá um dia.

Pois é grande meu esmero para me tornar

O excelso reflexo dos seus ensinamentos;

E embora eu pare as noites para descansar,

Retomo reto a cada manhã que principia.

Desde aquele melancólico novembro,

Em que aqui findou sua cumprida missão,

Que a saudade aperta meu peito

E, forte, fustiga minha lembrança.

Contudo, sou um praticante do desapego,

E sem insurreição ou remorso o deixei seguir;

Crédulo que num dia poderei reencontrá-lo,

Na sua digna disseminação da esperança.

Nardélio Luz
Enviado por Nardélio Luz em 08/05/2006
Reeditado em 29/11/2007
Código do texto: T152736
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