FARRAPA ATREVIDA

Jamais gostei de garapa

como minha cara estampa.

Sou descendente farrapa

criada dentro do pampa.

Meu pai, homem de coragem

foi quem sempre me deu alento.

Prender-me era bobagem

Pois, sou livre... Igual ao vento!

E se ele não poupou varas

no educar que achava certo,

foi com essas lições caras

que conquistei olhar esperto.

Mas, sonhando em céu aberto,

mesmo chorando sozinha,

buscava o espaço liberto

pra alcançar o que não tinha.

Hoje, muito agradecido

é meu cérebro cigano

ao tipo de amor dorido

que sei, não era seu plano.

O que fez não foi perdido,

pois sei quanto foi humano

cada gesto cometido.

E o laço não me fez dano.

Mas, me deu um jeito atrevido,

de português com germano,

que pra mudar eu duvido...

Tânia Regina Voigt
Enviado por Tânia Regina Voigt em 11/06/2009
Reeditado em 17/01/2015
Código do texto: T1644352
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