Mães do Tráfico

"Não há medo em vão!"

Bem alto ela gritava

Tremia de medo no chão

E ali ela se acabava

O medo em seu coração

Rancava como se enxada

A fé que outrora eu, então,

Dei fé que era inacabada

E a poeira deste sertão

Cada vez mais lhe sufocava

O medo, o segredo, o perdão

O todo, o pouco, o nada

"Não há medo em vão!",

Ela insistia e chorava

E o medo no teu corção

Era o filho em vida errada

Os dias lhe eram punição

E o sol já não mais brilhava

O filho, perdido, então

À mãe, fez-se vida roubada.

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 22/07/2009
Reeditado em 22/07/2009
Código do texto: T1713004
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