Pai, sujeito que contém as lágrimas
Ao ver, no parto, os filhos nascerem.
Que segura o riso quando sério precisa ser
Ficando sério, quando gostaria de rir.

Pai, este cara que amaria um beijo dar
Mas contém o afeto, no peito apertado
Para, com muita tristeza, corrigir
Um filho, quando do caminho apartado.

Pai, este ser obscuro e esquecido
Quase sempre ausente e cansado
Que nos dias e noites trabalha
Para por o pão na mesa do lar.

Pai, este ser às vezes rude e distante
De coração imenso e amante
Que prefere ficar no seu canto
Para que seus filhos possam viver…

Para ti, meu pai, hoje tão longe
Pois partistes tão cedo da vida
Escrevo estes versos sem rima
Com saudades e muito amor

Recebas um beijo e o carinho
De um menino muito levado
Mas que ainda lembra o colinho
De um tempo lá no passado


Tu, meu amigo, que pai também és,
Na vida fizestes, o que tu podias
Não ouça o que dizem, tu és um herói 
Pois sempre fizestes o melhor que sabias…