O cano de Renata

A casa de Renata

Era bela, rústica e madeirada...

Como ela gostava!

Vivia só, em um relacionamento sério com sua rotina e sua alma,

Prestigiava sua conquistar e vitória.

Um dia, Renata recebeu visitas.

Pai, mãe, irmão, sobrinha.

Gente querida, com histórias antigas.

Passados... Não é bom lembrá-los

Porque passou, não é mesmo?

Renata saiu um dia cedo, para buscar coisas a fim de surpreender as visitas.

Antes de sair, pai falou:

- Precisa de ajuda? Conte comigo!

Ela disse:

- Obrigada! Não precisa de preocupar,

Mas se puder olhar,

Olhe a torneira da cozinha.

Ela pinga, é só apertar,

Como não tenho tanta força,

Será da sua que poderei contar.

Renata saiu, pensava o quão feliz era,

De deixar o passado onde deveria ficar

Poder escrever uma nova história,

Recomeçar como se nada tivesse que antes pensar.

Renata voltou para casa.

Quem levou a surpresa foi ela:

Sua casa estava inundada,

Móveis perdidos, não levaria nada.

- O que aconteceu? Exclamou.

- Quis olhar a cano também, minha filha, achei que precisava mexer...

Me enganei, errei, mas foi tarde demais - estorou tudo, mas ok.

Essas coisas acontecem.

Renata voltou para dentro de si.

Viu a garota de sete anos,

Que só ouvia palavras grosseiras de um pai,

As palavras de arrependimento da mãe,

As palavras de humilhação do irmão.

.

Eu não pedi para mexer no cano, pai.

Deveria ter cuidado. Tudo que a gente mexe, se não tiver cuidado e preocupação, a gente pode estourar.

Minha filha, mas foi só o cano.

Não foi mais

Só o cano.