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"COMEÇO DO FIM"

Esta coisinha tenra e miúda
Que não me deixa concentrar,
E com seus gritos estridentes
Faz até minha voz se calar.

Como agita a sapeca diabinha
Que corre por todo o terreiro,
Que não me deixa sossegado
Nem quando vou ao banheiro.

E quando cai e esfola o nariz
Chora me fazendo um susto,
Aí se aninha em meus braços,
E dorme o soninho dos justos,

E me obriga a ficar pensando,
Qual sentido existe no viver.
Sinto que o velho deve ter fim,
Para que o jovem possa viver.

E me vem no mesmo instante,
Uma pontinha de amargura,
Disfarço então duas lágrimas
Recheadas com minha ternura.
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 13/09/2019
Código do texto: T6744438
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