À cadela Nina

Alegria absoluta do próprio existir

Irracional amor que nutres por nós

Leal e terno sentir

Para não nos sentirmos sós.

Pequenino ser de grande coração

De brancura retirada por uma criança

Que contigo brinca em ingênua emoção

Dando, a nós, inexplicável esperança

Na boca que não fala, um olhar que tudo diz

Tua vida é solidária entrega

Na adversidade, teu rabinho é sempre feliz

Exigindo-nos atenção é que nos pega

Neste teto familiar, não há lugar pra tristeza

Tua companhia basta por si mesma

Teus olhos castanhos de infantil beleza

Fala a todos: “Confia que tudo passa!”

Notória sabedoria sem construção verbal

Deseja-se mais uma cadela autêntica

De doces gestos e leal

Do que nossa irrisória e tola inteligência

Humanos que constroem e desconstroem

O mundo, o tempo e o espaço

Sabem bem das coisas que doem

Mas não entendem a riqueza do teu abraço

Prefiro muito mais teu latido

De quem quer nos dar segurança,

Sincero, lúcido e nunca contido,

Do que humanas amizades sem confiança.

Teus cuidados pra sempre lembrados

Na expressão sincera dos teus lambidos

Com carinhos de nós reivindicados

Toques de mãos nunca esquecidos.

19 de março de 2011.

Andréa Agnus
Enviado por Andréa Agnus em 28/09/2019
Reeditado em 28/09/2019
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