MEA-CULPA

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Trancafiado entre quatro paredes, entre redes sem fio e de pano,

Entre o dano à liberdade e o espelho, entre conselho e a vontade

Louca de correr em fuga, retirar a verruga, ficar livre das amarras,

Das garras invisíveis que amedrontam, confrontam tantos medos.

O mundo parece pequeno na tela, o barco à vela desliza no vidro

Como se o mar fosse de anidro e não molhasse os pés, ele é dez

Quando tem sol e podemos brincar na areia, sem meia ou sapato,

Por ora, resta-nos o tapete, a imaginação, o verão visto da janela.

Uma pandemia, a utopia de famílias juntas 24 horas e sem folgas

Ou desculpas, as culpas pelo excesso de trabalho, bendito atalho

Que mostrou quem são as pessoas ao nosso lado e seus desejos,

Beijos acumulados feito poeira pelos cantos, nos recantos de nós.

A faxina interior precisa ser abrangente, exigente com os detalhes

Que tanto custam, lustram o sapato velho e o deixam quase novo,

Promovo o encontro com meu íntimo, é ínfimo meu papel até aqui,

Mea-culpa feito, vejo o estreito limite que separa erros dos acertos.

Sérgio Sousa
Enviado por Sérgio Sousa em 22/05/2020
Código do texto: T6954702
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