Ao meu pai

Ao meu pai

Houve um tempo que era jovem

Mas já tinha um compromisso

Com um caminhão bem velho

Dava conta do serviço

E quando o pneu furava

Ele dava um jeito nisso

Remendava ali na estrada

Era aquele sacrifício

Certa vez numa jornada

Era o freio que faltava

No banhado ele entrava

E quando ele quase encalhava

Pra estrada retornava

Da cabine então pulava

No pneu uma pedra jogava

E o bruto velho parava

Na lavoura já deu duro

Pra sustentar o futuro

De toda criançada

A criançada cresceu

Seu cabelo embranqueceu

E eternizado nesses versos

Deixo um pouco do que ele viveu

E se eu lhe fiz esta homenagem

É porque ele mereceu.

Rubens Schnepper, 11/08/2007