Camabuin

Queria que meu poema

virasse lei em Moçambique,

a lei do amamentamento, agora aprimorada.

Aliás, a lei existe – a licença de dois meses –

(muito pouco tempo),

e que não é cumprida.

Todo patrão teve mãe,

mas esqueceram

que o bebê é quem manda.

Não custa nada para um patrão

dá um intervalo para a mãe que trabalha

amamentar seu bebê quando a fome lhe aperta

Mas custa muito

pra o bebê ficar

sem a seiva da vida na hora certa.

Se eu fosse um rei,

aplicava uma lei:

a do amamentamento em Moçambique.

“Toda mãe que trabalha tem direito

de amamentar seu bebê por trinta minutos por turno

durante os seis primeiros meses”

Paarágrafo Segundo:

“que o intervalo não usufruído

deva ser pago em dobro.”

Mas não é preciso ser rei

pra fazer valer

uma lei assim.

Basta que os patrões

tirem o rei da barriga

pois um dia foram lá, camabuins.