O Caçador e a Preá

O Patife daqui não é canalha

Não é o corrupto celerado

Nem também algo que o valha

É apenas um gaiato safado.

Mas é bem no bom sentido,

Bem na galhardice, bem esperto

Bom no olhar, esperto de ouvido

Adora um “bombom” embrulhado em vestido

Tudo que o patife quer

É beber sua cerveja em paz

Sua porçãozinha de filé

Ver das preás a parte de trás...

O bom patife não berra

Tal qual o bom bezerro

O bom patife não faz guerra

O bom patife não comete erro.

Patife bom é patife vivo

É de preá conhecedor

Só de olhar já mete o crivo

Tal bom e velho caçador.

Se o mato a preá balança

Patife está preparado

Vai de espingarda ou lança

Vai direto e arretado.

Mas sabe à preá tratar bem

É caçador mas tem coração

Se a preá o agrada e lhe convém

Vira bichinho de estimação

Ele até pendura as armas

Por um tempo indeterminado

Toma bem conta da preá

Passa um tempo descansado.

Mas se a preá não se comporta

Patifão dá conta dela:

Ele pega a arma e sai pela porta

Vai a rebelde pra panela;

Patife volta pra “vida torta”

E traz outras pro lugar dela.