A raposa e o corvo

No frondoso arvoredo, empoleirado e garboso

pousado corvo e seu apetitoso queijo no bico,

quando do alto mirou a raposa em riso formoso,

desmanchando-se ao tom do elogio nada franco!

Caro doutor corvo! Sua melodiosa voz,tão bela

como a plumagem o tornam um fênix do bosque,

invejado pelos dons que sua alta nobreza revela,

arrepiando a bichara, frenesi no seu rabiosque!

Vaidade ansiosa por exibir a possante voz a ela,

soltou o canto do corvo, indo ao chão sua presa,

da qual se apoderou subitamente aquela raposa,

dizendo que ao bajulador basta ouvido sentinela

e toda vergonha de um corvo irado, não interessa

quão grande confusão, vale um queijo mussarela!

Moral da fábula de La Fontaine:

"O bajulador só vence, porque sabe enxergar as qualidades das pessoas".

Santos-SP-14/11/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 14/11/2006
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