Zé Cagado

Andando eu a guardar,

No campo o mê rebanho,

Aptecemeu de assoar,

Limpê à manga o ranho.

Tirei um macaco do nariz

E lempê á camisa o dedo,

O macaco lá ficar nâ quis

E tive de lhe meter medo.

Passê o dedo pelo rego

E o macaco assustô-se,

Apetecême dar um treco

E minha mão cagô-se.

Limpê a mão à camisa,

Senti as nádega molhada,

A camisa era ainda precisa

Secava e nâ se notava nada.

O pêdo tinha sido forte,

Fiquê ca fralda encharcada,

Tive dabalar pró monte

A andar de perna escancarada.

Era eu a andar prá frente

E o cu a bufar pra traz,

Andê muto mas finalmente

Cagar mais nã fui capaz.

A mulher se assomô

E assustussô-se quando me viu,

Aquilo tã mal lhe cherô

Que logo ela me fugiu.

Deixô-me prali sozinho

Sozinho e todo cagado,

Resolvi ir pró mê cantinho

Quando ela voltô, tava dêtado.

Já nâ chêrava tâ mal,

Aquilo já tinha secado,

Fizemos um acto sexual

E o gaiato ficô criado.

Logo lhe escolhêmos o apelido,

A mim será dedicado

Por isso não será José Fingido

Mas sim José Cagado.

Francis Raposo Ferreira

FrancisFerreira
Enviado por FrancisFerreira em 19/06/2011
Código do texto: T3044515