ODE AO FÍGADO

Oh fígado!

Tu que és tão guerreiro

e me acompanha

do dia primeiro

ao fim do mês,

nas noites e de dia

nas idas a Vadiagem

na busca por poesia

nas viagens

em copos de cerveja!

Oh fígado!

Tu sim és amigo

não esqueça

que estou contigo

ninguém nos separa,

seja Vodka ou Montilla,

Ypioca ou Sapupara,

O que vier de cachaça

Brindamos a Hipocrisia

Bebamos a rechaça!

Oh fígado!

Só não vá embora

Antes de chegar à hora

Em que embriagado

Recorde dela como signo,

Vitupere-me se por acaso

Não mostrar-me digno

Do que bebo

E recupere-me o juízo

Da ilusão que persigo

O meu coração

Impressor de amar

Minha sina solidão,

Descarte do raciocínio

A arte da razão,

venho a ti no seu desígnio

proclamar de antemão

que troco sem pensar

o que bate no meu peito

por dois de ti refeitos

oh fígado!

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 10/07/2013
Código do texto: T4380409
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