I, NÊSPERA, DA MENTE!
Não tenho inspiração hoje para falar de frutas!
Mas, me veio à ideia uma nêspera!
Coisa mais estranha e abrupta,
Pois nem ao menos gosto dela, quem me dera!
Sou muito mais uma banana ou laranja
Ainda que eu tenha de tirar a casca.
Pois são mais doces que a toronja
E ainda posso me contentar com uma lasca!
Prefiro sempre as jabuticabas,
Que aparecem de surpresa, sem anúncio!
Doces e suculentas, como as goiabas,
Sem nunca apresentar seus carunchos!
Que falar então das mangas, que precisam ser colhidas verdes,
Senão as moscas fazem a festa e depositam seus inúmeros ovos,
Que se transformam em larvas e mesmo imberbes,
Apodrecem os frutos mesmo quando nos parecem novos!
As araçás nascem como grama
E atraem todos os passarinhos.
Só não servem como cama,
Pois nelas, eles nunca fazem seus ninhos!
Os cajás, ficam sempre verdes e não amadurecem.
Se não forem colhidos, eles apodrecem!
E a gente fica sem saber o seu sabor,
Se não os retirar e sentir seu frescor!
Os mamões são mais sabidos,
E se mostram quando maduros: amarelos ou rosados,
Prontos para serem colhidos!
E, normalmente, estão sempre saborosos!
Que dizer dos limões que, apesar de azedos,
Nos fazem sempre de brinquedos.
Parecendo que estão sempre verdes e imaturos,
Quando na verdade, já passaram da fase de maduros!
O pomar está sempre a nos enganar!
Tentando deixar seus frutos para os pássaros e animais.
Que se aproveitam de tudo, e escapam nosso olhar,
Ainda que estejamos sempre a cuidar e vigiar os demais!