UM CASO DE BAR

Pobre do senhor Afrânio !

Esposa gorda, amante anoréxica...

E ele só possuía tamanho,

Tinha uma mente apoplética.

A esposa lembrava o Zepelim,

Estufado charuto balão de ar.

Comia dezesseis quilos de aipim

Até ficasse pronto o jantar.

A amante chamava-se Amélia,

Achava lindo não ter o que comer !

Da maternidade tirara férias,

Não caberia em si um novo ser.

As linguarudas tudo contaram à dona Inês,

Que, indignada, foi disposta à briga,

Mas caiu de barriga sobre a amante: -

"Não sei se devo contar a vocês...

Esmagou a pobre rapariga

E, furada pelos ossos,voou à linha do horizonte..."

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 19/09/2018
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