aos linguarudos

a mim, não há línguas que me reprovem,

eu mesmo aponto tod'os meus defeitos.

eu não preciso de revólveres,

eu enfrento a vida com meu peito.

nunca eu exigi regalias.

eu nem exijo algum respeito.

como posso exigir que essas línguas

cheias de maldade tenham jeito?

enquanto elas falam de minha vida,

eu a levo bem mais que perfeito.

no caixão eu encaixo, mas tais línguas

pecisarão de um só para elas feito.