COMA*
Eu opero o poema,
lanceto as palavras,
prolixa: me espeto.
Leito de rio, de homem
explorador... arredio.
Aguço o mito, engulo silêncios,
mas arrebento um grito na
parede do peito.
Leito de rede, de homem
morrendo...de sede.
Eu não palpito, sou cobra criada
num canto, calada.
Do conto de fada, sou ponto.
Do degrau sou a escada.