ARSENAL

Essa boca de silêncios

essa viagem de arsênico.

Enveneno o fruto que madura,

perfuro o olho que tortura:

Que grita e que chora.

Que chora e que ri de mim.

Prefiro os teus dentes macios,

a brancura da tua chegada

clareando os meus rios.

E antes nunca, do que tarde

acordar dessa cegueira...

E cedo o corte, do que nunca

abandonar essa trincheira.

Esse eu bélico, histérico.

Esse meu de memórias tão

suas, tão nossas, tão retóricas.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 03/11/2008
Reeditado em 03/11/2008
Código do texto: T1263668
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