*** Louca ***
 
O nada falou mais alto...
E ela não retrucou!
Sem reação é o retrato...
Sobretudo a decadência...
Que sonhos, não são mais fatos!
Foram refreados pela demência!
E eram sonhos bonitos...
Que no agora somam ranhuras!
Aos poucos se viram restritos...
O que antes abrangiam lonjuras
Figuram agruras de sonhos
Remendos, caracteres bisonhos...
Na vereda longa dos proscritos...
Foram ceifados pela loucura!
Sem consciência do delito...
Fantasiam comuns caricaturas!
Do antes... Anseios risonhos!
Hoje criatura sem sonhos...
Confinada na incerteza!
Regressar já não se atreve!
Sim! ... Ela foi bela com certeza!
Registram-lhe os traços leves...
De sua extinta beleza!
Nada sóbria em seu afã... 
Em anular sua interna procura!
Nem as noites, nem as manhãs...
Dispersas em sua loucura!
Ignoram uma alma errante...
De quem sabe que desistiu
De compartilhar...
Com os semelhantes
A razão que possuiu!
E que talvez por ser covarde
Num ponto qualquer sucumbiu
Os sonhos e a mulher...
Restringidos atrás de grades
Num manicômio qualquer!
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09/04/2009
IZA SOSNOWSKI
Enviado por IZA SOSNOWSKI em 09/04/2009
Reeditado em 10/04/2009
Código do texto: T1531326
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