Espinhos de um caminho.
Espinhos de um caminho.
(Sávio Assad)
Caminhando, sigo meu caminho e na sofreguidão de encontrar um atalho, talho meus pés nesses espinhos. Doloridos passos eu dou, rasgando minha carne.
Meu corpo todo se envolve nesse torpor, insustentável e medonho. Sentimentos brotam em minha pele, nua e sem preconceitos. Pernas bambeiam, músculos se contraem, num espasmo de um único sacrifício.
E os espinhos a me espreitarem, a penetrar o meu corpo, a fazerem sentir o profundo suspiro da minha alma. E assim arfando aos grito me sustento, me olho e grito seu nome.
E ao entardecer de meu destino atino para um momento de precisão contínuo, onde a gota d'água espalha seu reflexo, refletindo meu rosto no seu espaço de pensamento.
Niterói - RJ - 12/03/2010