Por quê?

Por quê?

A noite caia mansa e fofa

Amenizando o calor do dia

Trazia consigo um quê de troça

Misturada a inocência e alegria.

Era uma inocência incontida

Talvez de uma infância feliz,

De uma criança muito querida

Provavelmente um aprendiz.

Distanciava-se do iluminado dia.

Galopava com seu escuro véu.

Rasgava a espessa nuvem fria,

Que cobria a imensidão do céu.

Despertava o medo macabro

Nas inocentes mentes tardias,

Mas levava sempre a cabo

De peito aberto o que queria.

Talvez não fosse por maldade

Ou simplesmente sua fantasia.

Lançou-se à procura da verdade:

Porque não podia ficar com o dia.

Sonhava com o calor do sol.

Das cores vibrantes ou frias.

As flores que preenchiam o arrebol

Os jardins de mística fantasia.

Mas pensou bem e sem jeito

Percebeu sua grande heresia,

Como pôde ter tão grande defeito,

Se a noite complementa o dia?

Ester M. Endo

mendo
Enviado por mendo em 21/08/2007
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