Não conto histórias
Nem conto estórias.
Há em meus olhos imagens 
e flashes arquivados.

Existem palavras encreptadas 
e silenciosas.
Respirando por meus poros.
Por meus olhos e, ainda,
por minha poesia.
O poema é um lamento.
Um trampolim e um alento.


A história é registrada na retina.
A palavra é registrada na mão.
O fonema é registrado 
pelas cordas vocais.

A vida passa pela
ressonância de instrumento
de cordas.

Por ouvidos acidentais.
Por brechas e vielas.
Becos e ruas sem saída.
que contornam o labirinto da vida.

Não conto histórias.
Não construo personagens.
As máscaras preexistiam.
traços de olhos, sombrancelhas e
gestos humanos.
Delicados ou furiosos.
Vestes, indumentárias e mantos.
A encobrir um corpo perceptível.
Uma estética risível.
Um apenas na imaginação concretizada
em gotas de orvalho,
de lágrimas ou de sangue.

Nosso líquido corpo
perpassa pela erosão dos dias,
e das células.
E das dúvidas a 
carcomer os dias.
E, a trazer vertigens de
eternidade.




 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 30/11/2017
Reeditado em 17/12/2017
Código do texto: T6186646
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