Loucuras de todos nós

Por entre as brumas densas e tamanhas

vêem-se aranhas presas ao telhado

e a mente louca sonda-lhe as entranhas,

embora estranhas, sendas do passado.

A mente humana, cheia de segredos

traduz os medos desta humanidade

que se agiganta, pondo entre seus dedos,

embora cedo, o fim da liberdade.

E tantos loucos são como normais,

simples mortais, simples caminhantes,

sempre vivendo em medos naturais

porém iguais às mentes delirantes!

E qual de nós não foi um prisioneiro

do derradeiro espaço – o pensamento?

E qual de nós enlouqueceu primeiro

no derradeiro espaço de um momento?

A mente humana cria novos mundos

bem mais profundos e mais temerosos

com precipícios que nunca têm fundo

caindo ao mundo louco dos leprosos.

Quem não tem medo? Quem nunca foi louco

e por tão pouco nunca teve horror?

Qual ser humano não soltou por pouco

um grito rouco, preso por amor?

E sempre o mesmo grito desumano

ano após ano vai se repetindo

a cada geração presa ao engano

de o ser humano estar subsistindo...

Mas sempre a vida guarda seus modelos

e nós – ao vê-los – nos vemos normais.

Porém, sabemos como compreendê-los

ou só prendê-los, como aos animais!

Eu vejo os loucos soltos na cidade

com liberdade de ter decisões,

dotados duma igual capacidade

de lealdade às suas ilusões,

guiando às vezes outros tais insanos

também humanos, tais como você

que tem seus pensamentos nada humanos,

também insanos, mas que ninguém vê!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 23/10/2005
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