NOS AÇOITES E ALÍVIOS DAS INSPIRAÇÕES
A língua vem como açoite
Que a palavra concretiza
No falar
ou no escrever
Quisera eu menos açoites ter
pra lhe cantar ou dizer
E mais acalmada, bem juntinho
do teu rosto expressar
somente sons doces
e agradáveis sonifos
Deixar a mágoa e o medo e
baixinho te contar
segredos que tenho pra ti
Segredos tão secretos
que nem pra mim contei
Estou esperando
esse amor que parece impossível
mas que desde já agradeço
por já poder sonhá-lo
Mas a agonia da espera
põe em minha alma açoites
Quisera eu já fossem
seus beijos a me acalmarem
as dores do nosso coração
Desculpe, sou assim,
a escrever, mesmo que
já não mais me queiras,
mesmo que já tenha desistido
de gostar de mim
Porque mesmo sem inspiração,
inspiração me vem pra escrever
desse jeito meio sem jeito
Mas me desculpe amor
não podia deixar de
dar meu recado mesmo que
meio que sem sorriso,
sem graça, com um gelo no peito
Quisera eu já estar
com esse amor que sonho,
com essa pessoa que vejo,
abraçada, num abraço quentiho.
Mas quanto mais eu sonho
quanto mais te quero
quanto mai te peço
mais longe parece que ficas
Ah! Quisera eu...
Pelo que vejo,
sofrer é uma
necessidade poética,
que me tem invadido
a mente e o coração.
Extravasar me alivia,
ou será que só me açoita?
Não sei, vou fazendo
o que consigo posso