Donna

Abraça imoralmente minha carne

Antes que eu desabe ou me dissolva

Pois não é justo que a ansiedade desarme

Tudo que vivemos na alcova

E essa loucura que me domina

Vem dos seus abraços tão desejados

Da sua boca carnuda que me contamina

Com beijos intensos e molhados

Não vou me privar dessa obscenidade

De desejar a carne, o sangue e tua saliva

Nada inspirador me traz a santidade

Já o seu toque doce, meu corpo suavisa

Intensifica minha humanidade com seus desejos

És por demais insana para me poupar

É tão direta que dispensa gracejos

E em tua volúpia vou me embriagar

Destrói meu coração cansado

Retira todo artificio do amor

Pois é no seu corpo inflamado

Que me dispo desse abominável torpor...

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 22/12/2018
Reeditado em 23/07/2020
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