Donna
Abraça imoralmente minha carne
Antes que eu desabe ou me dissolva
Pois não é justo que a ansiedade desarme
Tudo que vivemos na alcova
E essa loucura que me domina
Vem dos seus abraços tão desejados
Da sua boca carnuda que me contamina
Com beijos intensos e molhados
Não vou me privar dessa obscenidade
De desejar a carne, o sangue e tua saliva
Nada inspirador me traz a santidade
Já o seu toque doce, meu corpo suavisa
Intensifica minha humanidade com seus desejos
És por demais insana para me poupar
É tão direta que dispensa gracejos
E em tua volúpia vou me embriagar
Destrói meu coração cansado
Retira todo artificio do amor
Pois é no seu corpo inflamado
Que me dispo desse abominável torpor...