Atma romã

Olhos de romã

sonetos soltos ao vento

uma pele queimada ao sol.

O movimento dos dedos dedilhando corpos violados

corpos soados corpos somados corpos alados

corpos quentes e nostálgicos.

Carrega nas balsas desejos mal vívidos, traz no caminhar

valsas espontâneas. E por entre balsas e valsas,

inventa um romance que insiste em existir numa lua cheia

e suspensa no escuro da noite.

Olhos de dragões

trovas soltas ao céu tempestuoso

um arrepio na espinha, que se dobra sob as pedras ancestrais

Serpentes que se enrolam e se enroscam num corpo gelado e úmido,

e sobem assim, flexíveis ao ato do tempo.

Movimentos constantes e vagarosos sensuais

kundalinis subindo pelas colunas quebradas

um gozo espirrado nas paredes do mundo.

Vira-te do avesso e conecta-se ao universo,

unindo versos e anseios.

Um ensejo à liberdade, um desejo plural de vidas consonantes.

Um Eu amargo puro doce

e selvagem.

Lírio Gita
Enviado por Lírio Gita em 15/01/2019
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