Cru

Da crueza das entranhas

Emergem palavras não polidas

Que ferem alguns e a outros encantam

E é com o coração rasgado

Que me deparo diante dessa antítese

Para uns é mel o fel da existência

E para outros é fel esse mesmo mel

Com o coração rasgado vivo

Respiro amor, ódio e luxúria

Enquanto as avessas reparo meus erros

Deixando acertos tolos dominarem

Os erros que são o que de melhor tenho

É macio o paralelepípedo que me deito

É dura a mão amiga que me toca

Se meu coração sufoca

Aqueço a loucura dentro da mente

Para que de repente ela tome

Tome meu ser por inteiro

Sem deixar uma gota sequer de escárnio

Para as sinceras traições dos que amo

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 17/07/2019
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